JUSSIER FERREIRA: Uma das mais belas páginas na história da educação em Propriá

25/06/2015 23:57

Ele partiu para a eternidade deixando uma obra de valor incalculável.


Jussier, o temo não te gasta, te acrescenta. Você cresce dentro de nós

* Claudomir Tavares | claudomir21@gmail.com

José Jussiêr Ferreira nasceu em 19 de fevereiro de 1964 no município de Amparo do São Francisco, e ao longo de 51 anos de vida se converteu em um dos mais importantes e influentes intelectuais do Baixo São Francisco.

Tendo Propriá como cenário, a liberdade como princípio e a sapiência como cinzel, esculpiu uma das mais belas páginas na História da Educação na Princesinha do São Francisco.

Estudante do Colégio Diocesano de Propriá do final dos anos 70 ao início dos ans 80, ingressou em 1984 na Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde concluiu o curso de História em 1988, ano em 1988, ingressaria na rede estadual de Sergipe, construindo uma brilhante trajetória como professor de História do Colégio Estadual Joana de Freitas Barbosa (Polivalente) até ser alçado a condição de um dos coordenadores pedagógicos a partir de 2007.

Apó concluir a licenciatura, Jussier retornou a academia, especializando-se em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade São Luís de França (FSLF) e em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça / GPP-GeR pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Sempre solicitado pelos seus vastos conhecimento e domínio pela ciência, Jussier foi professor de OTC (Organização de Técnicas Comerciais) na Fundação Bradesco (unidade de Propriá) e dos cursos de Pós-Graduação na Faculdade São Luis de França (Aracaju).

Depois de ter dado sua contribuição à escola cuja história se confunde com sua passagem na educação, Jussier chegou ao Colégio Estadual João Fernandes de Britto (Estadual) a partir de março de 2015, onde atuava como coordenador pedagógico do turno da noite.

Marxista, militante do Partido dos Trabalhadores (PT) desde os tenros anos da juventude, começou a sua então incipiente ação política ainda no movimento estudantil universitário e já no partido, aprendeu e ensinou lições de luta política, sendo um de seus mais qualificados e respeitados quadros.

Escritor, cronista e ativista cultural, seus textos ilustram as páginas impressas e digitais do portal Tribuna da Praia, do qual foi um de seus colaboradores.

Membro do Centro de Cultura de Propriá desde 2010, na primeira fase do grupo, seus textos integram o acervo do CCP, do qual integrava a sua Diretoria e apresentava todos os sábados, das 9 às 10 horas, o Programa 104 Cultural, na Rádio Propriá FM 104,9 Mhz desde setembro de 2014, emissora para onde retornou agora com programa independente, depois de ter participado de sua primeira equipe há 10 anos.

Antes de integrar a equipe de locutores da Propriá FM na sua primeira passagem pela rádio comunitária, Jussier Ferreira apresentou o programa "Love Songs" que ia ao ar das 20 as 22 hras na Rádio Jornal FM (atual Ilha 102,9 Mhz), ambas da cidade ribeirinha.

Casado com Maria Isabel dos Santos Ferreira, pai de Livia, Mateus, Huly, Hana e Kainã (que já não esá no plano terreno), Jussier deixa órfãos mais que uma prole consangüínea,  mas também seus irmãos de viagem em mais de uma metade de século, ficando seu exemplo de pai, esposo, amigo, companheiro, ... camarada ("- E ai, cabra", se reportava ele como termo de traamento).

  • A dor de todas as saudades

Sua partida nos últimos minutos de 24 e primeiros de 25 de junho, não lhe coloca como um homem que acaba de falecer, mas que está encantado como diria o poeta,

Quando alguém chamar, Jussier Ferreira, responderemos em coro:

- Presente, hoje é sempre.

  • Os bons morrem cedo

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser, quando me lembro de você
Que acabou indo embora, cedo demais
Quando eu lhe dizia, me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse: eu gosto de você também
Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui
Meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você
Dias assim, dias de chuva, dia de sol
E o que sinto não sei dizer
Vai com os anjos, vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade, até a próxima vez
É tão estranho
Os bons morrem antes
E lembro de você e de tanta gente que se foi cedo demais
E cedo demais, eu aprendi a ter tudo que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mas eu sei
Que você está bem agora
Só que neste ano eu sei que o verão acabou
Cedo demais 

(Legião Urbana)


por Claudomir Tavares, membro do Centro de Cultura de Propriá

Nota:

  1. Texto que dividimos a autoria, sem necessidade de pedir autorização,  com Alberto Amorim, Helena Santana,  Geraldo Melo, Yokanaan, Santana,  Solange Leite e demais membros que em alguma das fases, participaram do construção do CCP.
  2. Este texto era atualizado com as contribuições que receberemos ao longo das próximas horas e dias.
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